É evidente que o número de mulheres na direção de veículos pesados cresce a cada dia. Mas, não é só nesse lugar que estamos contando cada vez mais com a presença feminina. Na IVECO, por exemplo, as mulheres são linha de frente em cargos de liderança. 

Adriana de Faria Araújo do Valle, atualmente, ocupa a posição de Head of Legal Affairs Brazil & LAI na IVECO e está com a gente há mais de dez anos. Formada em Direito pela FUMEC, Adriana é natural do Rio de Janeiro (RJ) e, durante sua trajetória, sempre teve o incentivo da família para correr atrás dos seus objetivos.

Por ser um ambiente muito masculinizado, Adriana viu que em alguns momentos o seu conhecimento foi sendo testado, principalmente por ter conquistado um cargo de liderança ainda muito nova. Hoje, com as políticas afirmativas e abertura ao debate promovidas, o número de vezes que isso acontece é infinitamente menor. 

Mulheres em cargos de liderança crescem a passos lentos no mundo. A pesquisa Deloitte “Mulheres no conselho” revela que o Brasil possui apenas 8,6% dos postos de liderança exercidos por mulheres, colocando o país na 38ª posição no ranking da pesquisa.  

Em entrevista para o Blog da IVECO, por conta do Dia Internacional da Mulher, Adriana indica como lidar com as adversidades do dia a dia no ambiente de trabalho. 

Quais as principais barreiras que enfrentou na profissão por ser mulher e quais são suas sugestões para enfrentá-las?

Tive a sorte de crescer em uma família que sempre me incentivou a buscar o que queria e que sempre acreditou na minha capacidade, independentemente do meu gênero. Na faculdade (Direito), havia um equilíbrio entre o número de homens e mulheres, mas assim que cheguei ao ambiente corporativo vi que a realidade era diferente, especialmente nos cargos mais altos. A sugestão que deixo é: não se acostumem com comentários, piadas ou comportamentos que te incomodam ou machucam. É nosso dever questionar e debater o papel da mulher na sociedade.

Quais as principais dicas para mulheres que estão em busca de sua independência financeira?

Penso que duas coisas são essenciais: busca pelo conhecimento e capacidade para lidar com nossos medos. O conhecimento é libertador e tem o poder de nos transformar. Então, busque o conhecimento necessário para estar nos lugares e posições que almeja, seja em uma empresa, concurso ou para empreender. Acredito que podemos ser o que quisermos, mas é necessário estarmos preparadas para tal. O segundo ponto, que confesso penso ser o mais difícil, é aprender a lidar com nossos medos. Nós, mulheres, nos cobramos muito e por muitas vezes deixamos de assumir trabalhos ou responsabilidades por medo de falhar, de não conseguir, de ser julgada. Particularmente, penso que o medo é uma condição humana, então, aprender a enfrentá-lo e buscar ajuda, sempre que necessário, para que ele não nos limite, é primordial. Construa uma rede de apoio sólida, converse com outras mulheres. Não deixe que o medo te impeça de alcançar o que você é capaz!

Estudos mostram que as mulheres, em particular, estão buscando uma melhor qualidade de vida, reavaliando sua relação com o trabalho e a família. Qual a sua opinião sobre isso? Você acredita que exista uma receita para conciliar a vida pessoal e profissional?

Penso que buscar esse equilíbrio é essencial e não só para mulheres, mas concordo que nós somos mais conscientes dessa necessidade. Talvez mais dispostas aos desafios para consegui-lo. Contudo, acredito que não há receita. Cada pessoa tem sua realidade, seus valores, suas habilidades… somos diversos, plurais e conseguir ter esse equilíbrio depende de vários fatores individuais.

Como você definiria o empoderamento feminino?

Acredito que seja o ato de passar a ter domínio sobre sua própria vida, ter condições de tomar decisões sobre o que lhe diz respeito sem ter interferências externas ou limitações que são colocadas pela sociedade de forma geral.