Novas configurações de eixos para caminhões
Há alguns dias, correm boatos de que existem órgãos e entidades querendo criar novas configurações de eixos para caminhões, afim de aumentar sua capacidade de carga. Entre as configurações estão o cavalo 8×2 engatados em carretas vanderléia (1+1+1) e o rodotrem de 12 eixos.
Basicamente, a mudança seria: o 8×2, um cavalo com quatro eixos, atrelado a um semireboque três eixos espaçados, enquanto o novo rodotrem seria o nosso conhecido bitrenzão nove eixos equipado com um Dolly de três eixos, formando o conjunto de 12 eixos.
Até que ponto esse movimento é verdadeiro ou não, não sabemos ao certo. Porém, é o suficiente para criar grande discussão entre os que são a favor e os que são contra essas mudanças.
Para o transportador, o aumento de capacidade líquida é muito bem-vindo, principalmente em tempos de aumento da demanda, e os custos por km rodado cada vez mais apertados, poder transportar mais por viagens vai ao encontro da produtividade e sobrevivência em tempos difíceis.
Com eu já comentei aqui em outra oportunidade, essa mudança por caminhões cada vez maiores é um caminho sem volta e não é exclusividade do Brasil, ocorre em todo o mundo.
Por outro lado, há os que são contra essas mudanças, e não devem ser ignorados, pois em um mercado injusto e descontrolado, sem regras claras, torna a concorrência desleal para o transportador que não dispõe de um equipamento com tamanha capacidade.
Essa divisão de pensamentos entre os transportadores vem desde a época dos primeiros trucados, que muitos autônomos com caminhões tocos enxergavam com olhares enfurecidos a mudança, e hoje na aplicação rodoviária é praticamente inviável a operação com caminhões 4×2, comprovando que as mudanças são naturais e acompanham a realidade do mercado.
Diante de tudo isso, o que posso analisar é que o grande problema não esta diretamente ligado á configuração do caminhão, e sim na falta de regulamentação do setor.
A partir do momento que ambos os lados, de quem é contra e quem é a favor se entenderem, aumentará a força para brigar e exigir a solução do verdadeiro problema da categoria, que é a marginalização e falta de regulamentação do transporte rodoviário de carga.
Quanto as novas configurações, o negocio é aguardar para ver até que ponto isso é verdade.
Até logo.
Wagner Araújo – Carreteiro e responsável pelo blog Wagner Caminhõeshttp://wagnercaminhoes.blogspot.com.br/ |