Saiba como reaproveitar materiais escolares
O início do ano é marcado por uma série de despesas extras, mas é possível reduzir os custos da volta às aulas apostando no consumo consciente na questão dos materiais escolares
Fala, amigo(a)! O início do ano é marcado por uma série de gastos, como IPTU, IPVA, seguros e a fatura do cartão do crédito com as despesas extras de fim de ano.
Quem tem filhos ainda precisa preocupar-se com os itens escolares que, segundo o Procon de São Paulo, estão mais caros. A diferença dos preços entre lojas pode ultrapassar 260%. Com este cenário, a aplicação do consumo consciente é uma aliada para economizar.
Consumo consciente é basicamente o ato de refletir sobre cada compra, evitando a aquisição de itens supérfluos e o descarte de produtos ainda em boas condições de uso.
Cadernos, borrachas, lápis, canetas, entre outras categorias de papelaria, dificilmente são utilizados integralmente em um ano. Logo, no caso do material escolar, a prática deste tipo de consumo se dá, em primeiro lugar, no simples ato de reaproveitar itens do ano anterior, evitando o desperdício e economizando nas compras.
Comece fazendo um inventário de tudo que seus filhos já possuem. Reúna todos os materiais de anos anteriores e, junto à criança, confira item a item o que pode ser reaproveitado, o que deve ser reformado, e o que deve ser comprado novo. O que passar na seleção deve ser etiquetado para que a criança não confunda seus materiais com os dos colegas.
Uma alternativa que também pode ser estimulada pelos pais ou responsáveis é a feira de troca de material escolar. O evento, a ser realizado entre amigos do bairro ou familiares, pode funcionar da seguinte maneira: cada participante separa os itens em bom estado por tipo e os adultos criam “fichas” para cada categoria (caneta, lápis de cor e lapiseiras, por exemplo) que valerão como moeda de troca. No dia da feira, todos os materiais são colocados à disposição e os participantes são livres de usar suas fichas para arrematar os itens que desejarem.
Doar os materiais que realmente não serão utilizados é outra solução. Se por alguma razão houver itens que não podem ser reaproveitados mesmo com boas condições de uso, encontre um ponto de arrecadação de doação.
Diversas ONGs recolhem desde itens mais básicos, como lápis e borrachas, até cadernos, mochilas e lancheiras. O ideal é buscar um local próximo à sua residência que esteja realizando alguma campanha de volta às aulas.
Como descartar
Na organização dos materiais usados certamente surgirão itens que chegaram ao fim de sua vida útil. Canetinha sem cor, tocos de lápis, tinta estourada.
Em tais casos, a opção é enviar os produtos para reciclagem. Isso pode ser feito pela organização TerraCycle, que possui um programa nacional para reciclar instrumentos de escrita. A participação é totalmente gratuita e podem ser enviados materiais independentemente da marca. Confira aqui os detalhes da iniciativa.
Compra consciente de materiais escolares
Quando a compra de produtos novos for realmente necessária, outra aplicação do consumo consciente é escolher por aqueles de menor impacto ambiental.
Como exemplos, atualmente, há no mercado borrachas fabricadas com matérias-primas renováveis; colas e corretivos à base d’água, laváveis, atóxicos e sem solventes; fitas corretivas que podem ser recarregadas, aumentando o tempo de uso e evitando o descarte desnecessário.
Além de ecológicos, o ideal é que os produtos sejam de boa qualidade. Se você adquire produtos de baixa qualidade, eles não irão durar até o próximo ano e você terá que gastar mais ainda e produzir mais lixo.
Outra dica é evitar a compra de produtos temáticos, como de desenhos animados, já que as crianças crescem rápido e se desinteressam facilmente pelas personagens. Quanto mais básico for o item, maior será seu “tempo de vida”.
Mesmo que não precise comprar livros didáticos, no caso de escolas públicas, é importante encapá-los para garantir que estejam em bom estado no ano seguinte e seja útil a um próximo aluno.
Já na compra de livros literários, opte por livros usados. É possível fazer trocas com outros pais ou mesmo buscá-los no sebo mais próximo. Sites de livros usados pela internet também podem facilitar esse processo.
Conscientização ambiental
Envolver as crianças nas etapas do processo é essencial. Cabe aos pais não só reaproveitar os materiais escolares como explicar aos filhos a importância do reaproveitamento.
Trata-se de uma economia no bolso, mas também uma economia de recursos naturais, uma vez que cada um desses itens demanda matérias-primas que são retiradas da natureza.
A venda ou a doação de livros usados, por exemplo, representa uma considerável economia de água e energia considerando sua fabricação e transporte. Além disso, significa poupar recursos madeireiros na produção de papel.
Levantar problemas pertinentes do Brasil, como a retirada ilegal de madeiras na floresta amazônica, pode ser uma forma de contextualizar a conversa.
A conscientização em casa é fundamental para a criança entender o porquê do reuso, de forma a não sentir-se inferior aos colegas de escola pela falta de itens “novinhos em folha”. Tendo as informações em mente, ela pode ser uma propagadora dos ideais ecológicos entre os amigos.
Por fim, ensinar a criança a não morder pontas de lápis, não perder tampas, não rasgar ou rabiscar folhas de caderno e livros à toa são cuidados básicos para que o material fique sempre em ordem. Ter zelo pelos objetos pessoais é uma lição que, uma vez aprendida, será útil para toda a vida.